Quadrante desenvolve estudo de pré-viabilidade económica da Mina da Lagoa Salgada em Grândola
A Quadrante está a desenvolver o estudo de pré-viabilidade económica do projeto de extração e beneficiação de minérios da futura Mina Subterrânea da Lagoa Salgada, em Grândola (Setúbal), um investimento de 137 milhões de euros. O projeto, cujo promotor é a empresa canadiana, Ascendant Resources, cotada na bolsa de Toronto, localiza-se na extremidade Noroeste da Faixa Piritosa Ibérica (FPI), “uma [...]
A Quadrante está a desenvolver o estudo de pré-viabilidade económica do projeto de extração e beneficiação de minérios da futura Mina Subterrânea da Lagoa Salgada, em Grândola (Setúbal), um investimento de 137 milhões de euros.
O projeto, cujo promotor é a empresa canadiana, Ascendant Resources, cotada na bolsa de Toronto, localiza-se na extremidade Noroeste da Faixa Piritosa Ibérica (FPI), “uma das faixas mineralizadas com a maior concentração de depósitos de sulfuretos maciços no mundo, que se estende desde a zona de Alcácer do Sal (Portugal) até Sevilha (Espanha)”, avança a empresa.
Em comunicado, a Quadrante, empresa de consultoria, em consórcio com a IGAN, anuncia que vai ser responsável pela análise de lacunas, estudo comparativo de soluções e avaliação económica preliminar do projeto de extração e beneficiação de minérios da mina situada no litoral alentejano.
O estudo, que tem como objetivo “a análise económica da potencial viabilidade dos recursos minerais” daquela localização, implica “o desenvolvimento técnico” detalhado do processo, com vista a estabelecer uma previsão da “produção de minério e das vendas de metal”, assim como o “investimento necessário e os custos operacionais estimados”, esclarece a empresa.
A Quadrante será responsável pelo estudo de redes elétricas subterrâneas, gestão de rejeitados e de resíduos, reaterros da mina, hidrologia, tratamento de água, infraestruturas, manuseamento de materiais, fornecimento de energia, infraestruturas de transporte e logística.
Ficará ainda responsável pelo licenciamento ambiental e social, planificação de encerramento de atividades, economia e modelação financeira e preparação do relatório completo da Avaliação Económica Preliminar.
O estudo, cuja conclusão está prevista para agosto deste ano, inclui ainda “a avaliação da viabilidade da implementação de elementos de digitalização de operações, como equipamento autónomo, tracking de pessoas e equipamento, monitorização online de ventilação e concentração de gases”, acrescenta.
Em paralelo, decorrem “os processos de licenciamento, incluindo as vertentes ambientais, sociais e de sustentabilidade”, indica a empresa de consultoria, apontando o início de 2023 para o arranque do projeto.
“A Ascendant acredita que a Quadrante e a IGAN, que irão completar os estudos, estão bem posicionados pela sua experiência em consultoria de engenharia para o setor mineiro, nomeadamente de trabalho na Faixa Piritosa Ibérica, que lhes permite desenvolver os melhores cenários considerando os atuais recursos da Mina da Lagoa Salgada”, realça Mark Brennan, Executive Chairman da Ascendant, citado no comunicado.
Para Nuno Martins, responsável pela área de Indústria e Energia da Quadrante, “a exploração dos recursos existentes na futura mina é essencial para os esforços globais de transição energética, contribuindo para a produção de veículos elétricos e outros equipamentos necessários para maximizar o aproveitamento das energias renováveis”.
O projeto mineiro da Lagoa Salgada “prevê a extração de minério através de métodos subterrâneos, com posterior enchimento dos vazios criados com os rejeitados da própria operação”, refere a empresa, acrescentando que o minério extraído “é beneficiado numa instalação de processamento de minério (Lavaria)”.
As previsões de produtos finais “são concentrados de Zinco, Cobre, Chumbo e estanho, com o Ouro e Prata como subprodutos”, reforça.
O último estudo, efetuado em 2019, apontava para “um investimento inicial de 163 milhões de dólares, com um investimento anual subsequente de 20 milhões de dólares” e a “extração de de um milhão de toneladas de minério anuais”.
No entanto, segundo a empresa, “tudo indica que com este estudo, a vida útil da mina se estenda de nove para 15 ou mais anos com uma produção anual de 1,5 milhões de toneladas” de minério.
Este é o primeiro investimento da Ascendant Resources em Portugal, depois de, em meados de 2018, ter adquirido uma participação de 25% no projeto da Lagoa Salgada, com a possibilidade de adquirir até 80%, mediante o cumprimento de uma série de compromissos assumidos com o acionista maioritário da Redcorp.
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