A empresa Qantara Capital prevê construir um Parque Logístico, com uma área de 130 hectares e capacidade para 24 lotes industriais, no concelho de Grândola, num investimento de interesse público elegível para o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

A minuta do contrato de planeamento para a concretização deste investimento, cujo montante não foi divulgado, foi assinado esta quarta-feira, entre a Câmara Municipal de Grândola e a entidade promotora, de capitais estrangeiros.

De acordo com o município, em comunicado, o parque logístico "vai ocupar uma área de 130 hectares e ficará situado a oito quilómetros do centro" da vila", junto ao Itinerário Complementar (IC) 1 e à linha ferroviária do Sul.

Para o presidente da Câmara de Grândola, António Figueira Mendes, trata-se de "um dos projetos mais interessantes em termos de futuro para o concelho, dada a dinâmica e a modernidade que este projeto traz em termos logísticos".

"Tem uma natureza diferente de todos aqueles que existem até agora em Portugal, pela modernidade e diversidade que pode trazer", destacou o autarca, referindo-se à possibilidade de o futuro parque poder atrair "empresas-âncora", como "a Amazon e outras" empresas internacionais.

A localização estratégica e conectada com o Porto de Sines, assim como a nova ligação ferroviária do Corredor Internacional Sul para Espanha e para a Europa, fundindo-se com a cadeia global de abastecimento e a rede industrial de Portugal, são algumas das razões apontadas para a instalação do parque no concelho alentejano.

"Grândola tem uma posição estratégica, tanto do ponto de vista da ferrovia, como da rodovia. Estamos perto do porto de Sines, do porto de Setúbal, da capital, perto do aeroporto de Lisboa e também do aeroporto de Beja e, do ponto de vista estratégico, isto é fundamental", realçou.

De acordo com a autarquia, o futuro parque que ocupará uma área total de 130 hectares, com 630.000 m2 de área de construção e 300.000 m2 de infraestruturas adjacentes, vai contar com 24 lotes industriais com cerca de 25.000 m2 cada "com escala e modularidade" para "servir uma ampla gama de empresas (linhas de montagem, operadores de e-commerce, armazéns e empresas de transportes)".

O projeto inclui ainda a construção de "um ramal e um terminal ferroviário de carga privado, com conexões para o sul e para o norte do país, e uma extensa plataforma para armazenamento de contentores e vagões ferroviários".

"Esperamos que os promotores consigam atrair empresas evoluídas do ponto de vista tecnológico, que possam trazer mais valias, que sejam amigas do ambiente e que criem emprego especializado que é, no fundo, o que procuramos para o concelho", sublinhou.

Sem adiantar pormenores sobre o montante em causa, o autarca explicou que se trata de "investimento privado" e "totalmente estrangeiro" e que a empresa prevê investir "mais de 10 milhões de euros em infraestruturas".

O presidente executivo da empresa de investimento e consultoria Qantara Capital, Hadrien Fraissinet, citado no comunicado, realçou o "potencial e características excecionais”, assim como as “enormes oportunidades de desenvolvimento e investimento que Grândola oferece para além dos óbvios empreendimentos na zona costeira”.

O responsável da entidade promotora destacou ainda a postura do município enquanto “interlocutor com uma estratégia de longo prazo e uma abordagem construtiva e transparente para o desenvolvimento de projetos estruturantes no concelho".

O Parque Logístico de Grândola vai disponibilizar ainda "um espaço de 15.000 m2, incluindo hotel, restaurantes, lojas, escritórios e estacionamento com carregamentos elétricos e posto de combustível, serviços complementares de creche e jardim de infância, ginásio e um espaço de formação profissional para upskill e7ou reskill de competências".

Neste espaço está ainda prevista a construção de um viveiro de plantas e um centro de jardinagem e áreas naturais de carvalhos e pinheiros", lê-se no comunicado.

O início da construção do Parque Logístico de Grândola está previsto para 2023 e vai ser desenvolvido em quatro fases, sendo um investimento de interesse público elegível para o Plano de Recuperação e Resiliência.

A Qantara Capital apresentou ainda o projeto para a construção de um hotel de 4 estrelas no centro da vila, com cerca de 50 quartos e 100 camas, destinado a clientes empresariais e turistas.

Comente esta notícia

Este site usa cookies para melhorar a sua experiência. Ao continuar a navegar estará a aceitar a sua utilização.