O presidente da Fundação Caixa Agrícola Costa Azul e provedor da Misericórdia de Santiago do Cacém, Jorge Nunes, disse hoje que a falta de financiamento pode conduzir ao encerramento das unidades de cuidados continuados em todo o país e reclamou do Governo o pagamento do custo do serviço que é prestado aos utentes.

"Alguma coisa está mal porque é um serviço em que o Estado aposta, é bom, está certificado que é bom para os doentes e para a população, mas depois falha financeiramente", lamentou o responsável que falava aos jornalistas à margem do Fórum “O Futuro dos Cuidados Continuados”, promovido, esta sexta-feira, pela Fundação Caixa Agrícola Costa Azul.

No evento, que está a decorrer no Centro de Formação Crédito Agrícola da Costa Azul, em Santiago do Cacém, Jorge Nunes reclamou do Governo o pagamento "do custo do serviço" que é prestado aos utentes da Rede Nacional de Cuidados Continuados.

"Aquilo que reclamamos é que seja pago o custo do serviço que, neste momento, a média são de 80 euros por dia e o Estado paga 75 euros. Isto não chega e não é possível manter isto", garantiu o provedor da Misericórdia de Santiago do Cacém que, só em julho, contabilizou "173 mil euros negativos" numa das unidades de cuidados continuados.

O responsável espera que o Governo "fique sensibilizado com estes valores" e possa dar uma resposta para solucionar a questão do financiamento destas instituições que podem não conseguir aumentar as unidades de cuidados continuados, como está previsto pelo Estado.

"A situação financeira é má, é péssima, é insuportável" para estas instituições, considerou.

O fórum tem como objetivo “dinamizar um espaço de reflexão sobre esta temática” com a discussão em torno dos “constrangimentos e desafios identificados no funcionamento desta resposta interdisciplinar, multidisciplinar e integrada de cuidados de saúde do apoio social dirigida aos cidadãos em estado de dependência”.

A iniciativa divide-se em dois painéis que vão debater temas como o presente e o futuro dos cuidados continuados e a articulação dos cuidados continuados com a Unidade Local de Saúde.

A sessão de abertura contou com a presença do secretário de Estado da Saúde, Ricardo Mestre, e do presidente da União das Misericórdias Portuguesas, Manuel Lemos.

 

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