Os promotores da Central Solar de Cercal do Alentejo, no concelho de Santiago do Cacém, reformularam o projeto, já com ‘luz verde’ da APA, prevendo plantar seis mil árvores e distanciar os módulos solares das casas.

Em comunicado, a Aquila Clean Energy, empresa de energias renováveis do grupo Aquila Capital, explicou que a reformulação do projeto foi feita na sequência da Declaração de Impacte Ambiental favorável, mas condicionada, emitida em 2021.

A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) já “deu a sua aprovação à versão revista da central solar”, depois de terem sido introduzidas “alterações substanciais no projeto”, adiantou a Aquila Clean Energy.

Segundo a empresa, o projeto, que integra agora “vários contributos provenientes da fase de consulta pública, minimiza os impactos negativos e aumenta os benefícios da central solar no ambiente e no território”.

“Tendo em conta os requisitos da DIA, a Aquila Capital Energy decidiu aumentar a distância mínima dos módulos solares em relação às casas existentes no local, em pelo menos cinco vezes, para 250 metros e, em alguns casos, para 500 metros”, assinalou.

A empresa realçou que já “não será cortada nenhuma árvore para a instalação da central”, prevendo agora que sejam plantadas “seis mil” árvores e arbustos autóctones, que vão criar “uma cortina verde em torno da área do projeto e no seu interior”.

Por outro lado, referiu a Aquila Clean Energy, a nova configuração do projeto vai permitir “a coexistência de atividades agrícolas, agentes polinizadores e pastoreio de ovinos na área do projeto”.

“Não vai existir impermeabilização dos solos na área da central, já que o uso de cimento será minimizado e a distância entre as filas de módulos solares irá permitir que a chuva caia diretamente no terreno”, sublinhou.

De acordo com a empresa, está também a ser desenvolvido “um projeto agrivoltaico”, em conjunto com uma universidade portuguesa, para “garantir uma utilização conjunta dos solos para a produção de energia e para atividades agrícolas”.

Os promotores revelaram que os impactos da central na biodiversidade e qualidade do solo vão ser estudados por uma equipa do Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (CE3C) da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

Este trabalho já começou no local do projeto, revelou a empresa, salientando que, com os resultados obtidos, será “criado um plano de ação específico” para promover a biodiversidade e a qualidade dos solos.

A Cercal Power S.A., igualmente pertencente ao grupo Aquila Capital, é a empresa que detém o projeto desta central solar, a qual envolve um investimento global previsto de 164,2 milhões de euros.

No comunicado, a Aquila Clean Energy notou ainda que, durante a fase de construção, “o número de postos de trabalho a criar será substancial” e que “os empreiteiros contratados irão adquirir, na medida do possível, bens e materiais localmente”.

Já na operação prevê-se a criação de “dezenas de postos de trabalho diretos e indiretos”, nomeadamente nas áreas de serviços de operação e manutenção, gestão técnica e comercial, segurança, gestão da vegetação, limpeza de módulos solares, entre outras.

Esta central solar, com uma capacidade instalada estimada de 275 megawatts (MW), deverá entrar em exploração em 2024 e fornecer energia limpa a 141 mil casas, através da produção de 596 gigawatts-hora (GWh) de energia renovável por ano, acrescentou.

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