Presidente da Câmara de Sines garante estar inocente e promete colaborar com a justiça
O presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas (PS) garantiu ontem que está inocente na Operação Influencer e prometeu continuar a colaborar com a justiça “ao longo de todo o processo” judicial. Acompanhado pelos restantes três eleitos da maioria do PS no município, Nuno Mascarenhas, leu uma declaração de pouco mais de dois minutos, sem [...]
O presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas (PS) garantiu ontem que está inocente na Operação Influencer e prometeu continuar a colaborar com a justiça “ao longo de todo o processo” judicial.
Acompanhado pelos restantes três eleitos da maioria do PS no município, Nuno Mascarenhas, leu uma declaração de pouco mais de dois minutos, sem direito a perguntas, no salão nobre dos Paços do concelho.
“Estes foram dias muito difíceis, marcantes, com impacto na minha vida pessoal e familiar, nos quais o meu papel foi, e só podia ser, o de colaborar com a justiça”, começou por afirmar o autarca, acrescentando que prestou “todos os esclarecimentos” que lhe foram solicitados pelas autoridades.
“Estando inocente, como estou, foi com a serenidade possível que lidei com toda esta situação, convicto de que sempre pautei a minha conduta de presidente da Câmara Municipal de Sines na prossecução do interesse público inerente ao exercício das funções para as quais fui eleito”, referiu.
Segundo o autarca, que esteve detido durante seis dias, no âmbito da investigação judicial sobre negócios relacionados com lítio, hidrogénio verde e a construção de um centro de dados, "a justiça falou e decidiu", embora mantenha a reserva, uma vez que o processo “continua a decorrer”.
“A verdade, em bom rigor, é que a justiça falou e decidiu, nesta fase, afirmar a minha inocência”, argumentou Nuno Mascarenhas.
Na breve declaração, que esteve vários dias detido e foi libertado esta segunda-feira sob Termo de Identidade e Residência (TIR), garantiu que o seu executivo, de maioria socialista, vai continuar a trabalhar com vista à atração de investimentos para este território.
“Iremos continuar a desenvolver o nosso trabalho com o mesmo sentido de compromisso público, para que o concelho de Sines se mantenha um concelho atrativo para as pessoas, para as empresas e para todos aqueles que queiram investir, públicos e/ou privados”, afirmou.
E assegurou que vai “continuar a lutar para o crescimento e desenvolvimento de Sines, do seu território e desta região”.
Para o autarca, que cumpre o último mandato na Câmara de Sines, “a justiça fez o seu papel”.
“E concluiu que não existe qualquer ilícito na minha conduta, no exercício as minhas funções de presidente da Câmara de Sines, às quais tenho, aliás, dedicado os últimos 10 anos da minha vida”, acrescentou.
Nuno Mascarenhas disse ainda que irá “aguardar com serenidade e tranquilidade pelo desfecho do processo” judicial, “confiante de que a justiça irá prevalecer” e agradeceu "à população, aos funcionários do município, aos colegas de executivo e, em especial, à família “por todo o apoio”.
No âmbito do processo Influencer, o Ministério Público (MP) pretendia a suspensão de mandato e a proibição de contactos e de entrar nas instalações da autarquia para Nuno Mascarenhas.
Contudo, o juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC) de Lisboa, na sua decisão, decidiu aplicar a medida de coação menos gravosa, a de TIR, ao autarca, referindo que “não se mostra indiciada a prática pelo mesmo de qualquer ilícito criminal”.
A Operação Influencer, que se tornou pública há uma semana pelo Ministério Público (MP), envolveu 42 buscas e levou à detenção de cinco pessoas, uma delas o presidente da Câmara de Sines.
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