Produktivismo é a mais recente atividade desenvolvida através do programa Campilhas Internacional promovido pela Mala Voadora, no concelho de Santiago do Cacém que vai ser apresentado num espetáculo que sobe ao palco do Auditório Municipal António Chainho, sexta-feira e sábado, às 21:30, com entrada gratuita.
 

(c) CMSC

O projeto “foi pensado para uma população que neste momento se encontra desempregada, e partindo daí refletir sobre o momento que estão a viver em que a atividade profissional perdeu o seu lugar no quotidiano,” explicou Lígia Soares que dirige o projeto.
“O desafio passou por falarem sobre a atividade profissional que exerciam e que embora não esteja a ser exercida faz parte das suas vidas”, adiantou.
 
O “recrutamento” dos participantes na iniciativa efetuou-se através do Centro de Emprego de Sines, durante um mês e meio estiveram envolvidos em criar um espetáculo onde exercem a sua profissão mas, desta vez, o fim não é o produto, o ordenado, o serviço, mas sim o palco.
 
Transformar a profissão de cada um dos participantes em matéria do espetáculo foi “um trabalho que começou do zero, porque são pessoas que nunca pensaram que poderiam estar envolvidas em projetos culturais, com exceção de um que já tinha pertencido a uma companhia de teatro amador”.
Mas, para Lígia Soares esse facto até “é positivo porque podemos falar sobre teatro, e aprender as técnicas, e criar um ambiente de confiança onde se sintam confortáveis para se exporem.”
 
Em Produktivismo as funções das diferentes profissões “sobem a um palco e o seu contexto abre-se porque fica fora de contexto, ou seja, podem assumir dimensões poéticas, estéticas, dinâmicas e ganham outros valores e tornam-se num espaço de liberdade”, refere Lígia Soares. 
 
Em cena, um serralheiro irá trabalhar o metal, um auxiliar de saúde, um repórter irá reportar, uma empregada de limpeza irá limpar. Contudo, essas tarefas não se esgotarão na sua função. Serão encenadas, coreografadas, musicadas, adquirindo qualidade artística.
As ações próprias das profissões passam assim a ser uma representação. O trabalho é drama, é sacrifício, é exaltação, é conquista, é subsistência e é tão libertador quanto opressor - uma realidade que está sempre presente, tanto na sua imperiosa afirmação, quanto pelo estigma da sua ausência.
 
Com direção artística de Lígia Soares, a peça tem como protagonistas Carlos Lêdo, Fátima Mineiro, José Paulo Costa, Paula Nascimento e Vitória Nascimento.
Fonte:CMSC

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