A Direção Regional do Alentejo do PCP considerou, em comunicado, existirem várias lacunas e insuficiências no Plano Nacional Ferroviário (PNF), apontando a insuficiente ligação e complementaridade entre a vertente de passageiros e de mercadorias, a ausência de articulação com a rede aeroportuária e a falta de clareza dos fundos necessários para a sua concretização.

No documento, os comunistas referem que a população do Litoral Alentejano “continua até hoje a sofrer as graves consequências de uma política de degradação da ferrovia e de encerramento de serviços”.

“Em 2011, o Governo PSD/CDS deu orientações para o encerramento do transporte regional na Linha do Sul”, tendo “os oito comboios regionais diários que existiam nessa linha” sido “extintos” e as populações do Litoral Alentejano ficado “sem comboios regionais”, adiantaram.

Segundo o PCP, no Litoral Alentejano, “a linha do Sul é constituída por 11 estações e apeadeiros, das quais apenas três estão em utilização”, existindo “situações em que a população ficou completamente desapossada de transporte ferroviário”, como são exemplos “Monte Novo – Palma, Canal Caveira, Azinheira dos Barros, Lousal, Luzianes, Alvalade com natural destaque para a sede de concelho Alcácer do Sal”.

Também “o serviço regional de transporte ferroviário de passageiros na Linha de Sines foi desmantelado”, sendo “a sua utilização quotidiana” no transporte de mercadorias, devido à importância estratégica do Porto de Sines, frisou.

“A reativação do serviço regional de passageiros nestas linhas, seja na Linha do Sul seja na Linha de Sines, passa por uma decisão exclusivamente de gestão e exploração do transporte ferroviário a partir da CP, e só depois por novos investimentos em infraestruturas – a considerar numa fase posterior a construção de uma nova Estação de passageiros em Sines”, lê-se no comunicado.

No documento a DORLA disse rejeitar e ver “com preocupação” a “proposta de construção de um novo troço de ligação entre Sines-Grândola Norte”, considerando existirem “alternativas nas linhas já existentes”.

Para os comunistas, trata-se de uma “proposta que já foi contestada no passado pelas populações, autarquias e diversas entidades, que voltam hoje a contestar esta solução, com impactos negativos evidentes, do ponto de vista do território, nas populações, no desenvolvimento turístico e na salvaguarda dos recursos naturais e do meio ambiente”.

Por isso, o PCP exige a requalificação e reabertura do serviço regional e inter-regional de transporte ferroviário no Litoral Alentejano e distrito de Setúbal, a garantia das condições necessárias para aumentar a oferta de serviços, em toda a extensão da Linha do Sul, designadamente do serviço de alta velocidade (até 250Km/h), bem como do serviço inter-regional e regional, recuperando a ligação a Alcácer e a ligação de Setúbal a Tunes.

Exige também que o serviço regional de passageiros na Linha de Sines seja retomado, numa primeira fase, servindo as estações e apeadeiros atualmente existentes com ligação a Ermidas – Sado e a Setúbal e, numa fase posterior, promovendo em articulação com o município de Sines e a CIMAL o estudo de localização adequada e a construção da nova Estação de Sines, interface intermodal para o transporte público.

Os comunistas querem ainda adequar a articulação do transporte ferroviário e dos horários dos serviços Intercidades com as necessidades das populações e dos utentes, incluindo a consideração das deslocações pendulares.

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