O Governo vai recorrer à Inteligência Artificial para facilitar o processo de atendimento aos cidadãos estrangeiros, com o desenvolvimento de um projeto-piloto, no concelho de Odemira, que recorre à tradução automática de diferentes idiomas, revelou hoje o secretário de Estado do Trabalho, Miguel Fontes.

O projeto-piloto, que irá estender-se a outras zonas do país, vai utilizar “mecanismos da inteligência artificial”, como “a tradução simultânea”, para “uma melhor comunicação” no atendimento aos cidadãos estrangeiros, explicou o governante.

O atendimento passará a ser feito “com recurso a “um software de tradução simultânea” instalado num ‘tablet’ que permite ao cidadão estrangeiro “expressar-se na sua língua nativa”, sendo “imediatamente traduzido para a nossa língua e vice-versa”, especificou.

O novo serviço, em funcionamento no Balcão de Atendimento Permanente de Odemira, que presta apoio a comunidades de trabalhadores imigrantes, resulta de um esforço para “reforçar” a presença do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) neste território “em termos de qualificação de espaços e de recursos humanos”.

“A pedido do presidente da Câmara de Odemira, mobilizámos também a Autoridade para a Condições do Trabalho a ter uma presença bastante mais assídua no território para, no fundo, combater aquelas situações de práticas indesejáveis, ilegais e, por isso, é muito importante que esta integração se faça de uma forma plena no mercado de trabalho, com direitos e respeitando os direitos destas pessoas”, afirmou.

De acordo com Miguel Fontes, o projeto-piloto vai ser implementado até se atingir “o nível de maturidade” pretendido, podendo depois ser alargado ao território nacional e, em especial, a zonas “onde haja uma população com expressão” estrangeira significativa.

O governante falava à margem de uma visita ao serviço de Formação Profissional de Vila Nova de Santo André, no concelho de Santiago do Cacém, e às futuras instalações do Centro para a Transição Energética.

“Este centro, que tem um âmbito nacional, vai responder aos desafios da transição energética, uma área crítica hoje [em dia], que gera muitos impactos positivos no mercado de trabalho porque se estão a criar novas oportunidades” de emprego, sublinhou o governante.

Esta valência vai servir para a formação na área das energias renováveis, como o hidrogénio verde, energia solar e eólica, entre outras.

Segundo Miguel Fontes, através de verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), foram criados mais três centros protocolares com vista a responder a “novas áreas emergentes” do mercado de trabalho.

“Criámos o Centro para o Envelhecimento Ativo e Saudável, que está sediado em Loulé (Faro), o Centro para a Economia Social, na Guarda, e, o mais recente, que é a Academia do Empresário, que vai estar sediada no Porto”, acrescentou.

O governante referiu ainda que, no âmbito do PRR, foi possível “reequipar a rede do IEFP, num total de 22 mil novos postos de formação nas mais diferentes áreas, com recurso a postos avançados, que disponibilizarão aos formandos o ‘standard’ da indústria, com simuladores, maquinaria e tecnologia que permite uma formação com qualidade”.

“Temos para formação no seu conjunto, entre equipamentos e instalação, 230 milhões de euros, o que é bastante significativo para responder a estes desafios”, concluiu.

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