Movimentos contra centrais fotovoltaicas em Santiago do Cacém pedem suspensão de projetos
Os movimentos ligados à contestação dos projetos para as centrais fotovoltaicas no concelho de Santiago do Cacém pediram a suspensão imediata dos licenciamentos em curso e vão constituir-se assistentes no processo de inquérito relacionado com o lítio, hidrogénio verde e centro de dados. Em comunicado, os movimentos Juntos pelo Cercal do Alentejo e Vamos Salvar os [...]
Os movimentos ligados à contestação dos projetos para as centrais fotovoltaicas no concelho de Santiago do Cacém pediram a suspensão imediata dos licenciamentos em curso e vão constituir-se assistentes no processo de inquérito relacionado com o lítio, hidrogénio verde e centro de dados.
Em comunicado, os movimentos Juntos pelo Cercal do Alentejo e Vamos Salvar os Sobreiros, a Associação Proteger o Alentejo e o Grupo de Ação e Intervenção Ambiental (GAIA) pediram “a suspensão imediata dos licenciamentos” das centrais fotovoltaicas previstas para aquele concelho.
Além de pedirem a suspensão destes projetos, que dizem ser prejudiciais para os territórios, os movimentos pretendem "enviar para esse inquérito um conjunto de informação que o titular da ação penal ajuizará quanto à sua relevância".
Em declarações à rádio M24, a porta-voz do movimento Juntos Pelo Cercal do Alentejo, Kaya Schwemmlein, acrescentou que os grupos têm “um conjunto de informações relevantes para o processo”.
“Estamos agora numa posição em que, finalmente, podemos dizer que já não estamos a ser ignorados e que a verdade veio um pouco à luz e que as nossas reivindicações fazem sentido”, afirmou a porta-voz do movimento de cidadãos que luta contra a instalação de uma central fotovoltaica em Cercal do Alentejo.
Para “solucionar o problema da transição não podemos agora abater sobreiros, não podemos fazer megaparques fotovoltaicos sem nexo com o terreno, não podemos ignorar as consequências ambientais e sociais danosas para aquela zona”, concluiu Kaya Schwemmlein.
No comunicado conjunto, os movimentos, referem que “o pano de fundo de toda esta agitação judicial são três projetos de grande dimensão, com muitos milhões de euros envolvidos, todos eles beneficiários de declarações de impacte ambiental, favorável condicionada e todos, mas muito concretamente, dois deles, com especiais necessidades energéticas”.
Além da exploração de lítio, em Montalegre, os movimentos apontam os projetos ligados ao hidrogénio verde e do centro de dados, que a empresa Start Campus está a construir em Sines.
“Estes dois últimos projetos são altamente consumidores de energia. Mas não uma energia qualquer, tem que ser energia “limpa”. Não pode ser maculada com a nódoa dos hidrocarbonetos, muito menos com a do carvão que, entretanto, desapareceu do mapa das fontes de energia”, argumentam.
Segundo os movimentos, “para alimentar toda esta voracidade energética, são necessários milhares de hectares de painéis fotovoltaicos, quilómetros de linhas de alta e muito alta tensão, muitas torres eólicas, muitos sobreiros abatidos, muita destruição de biodiversidade, de solo agrícola, de serviços do ecossistema, muitos impactes em espécies protegidas, alterações radicais na paisagem e no uso do solo”.
“É preciso relembrar que quando os projetos fotovoltaicos do Cercal do Alentejo e Fernando Pessoa [em São Domingos], ou o parque eólico de Morgavel [Sines], entre outros, iniciam o seu percurso em direção à aprovação ambiental, já os respetivos promotores sabem para onde irá a energia produzida”, concluíram.
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