O ministro do Ambiente e da Transição Climática, Duarte Cordeiro, disse hoje que a produção de hidrogénio e amónia verdes são "cruciais" e "determinantes para a soberania nacional e europeia”

“Se há uns meses a produção de hidrogénio e amónia verdes eram relevantes, hoje são cruciais, se há uns meses eram produtos importantes para a independência energética nacional, hoje são determinantes para a soberania nacional e europeia”, afirmou.

O governante falava hoje no Centro de Negócios da Zona Industrial e Logística de Sines (ZILS) onde foi lançado o projeto Madoqua Power2x, de produção de hidrogénio e amónia verdes, do consórcio internacional liderado pela empresa portuguesa Madoqua Renewables, no valor de mil milhões de euros.

“Se há uns meses eram mais uma importante atividade económica em território nacional, hoje são uma atividade estratégica. Se há uns meses eram determinantes para a descarbonização, hoje mantêm uma importância central na nossa estratégia de sustentabilidade ambiental, dos processos industriais”, acrescentou.

Além de alertar para as fragilidades da Europa em relação ao setor energético, com a invasão da Ucrânia, em fevereiro, Duarte Cordeiro considerou que a "dependência do gás russo é um garrote à nossa atividade económica que é aproveitada para chantagens inaceitáveis do regime ditatorial às democracias europeias e uma ameaça à segurança da Europa".

Para o ministro do Ambiente, é “essencial”, no futuro, depender menos do gás oriundo da Rússia, como forma de “fortalecer” a democracia e para “proteger a liberdade”.

Ao assinalar o Dia internacional da Terra, que se comemora esta sexta-feira, o governante lembrou que "em boa hora" Portugal "apostou nas energias renováveis com o alfa e ómega das suas politicas energéticas".

"Não temos petróleo, nem gás natural e queremos usá-lo o menos possível. Temos, em contrapartida, vento, água, sol e uma Zona Económica Exclusiva que nos providencia os recursos que precisamos para atingir, a prazo, a nossa independência energética", afiançou.

De acordo com o governante são "poucos" os locais, como Portugal, com condições para "produzir hidrogénio sustentável" ou verde "com os mais baixos preços de produção de eletricidade a partir de energia solar".

"Sines é o local certo, mas não o único em Portugal para estes investimentos. Dispõe de um porto atlântico de águas profundas, tem mão de obra qualificada e habitada a trabalhar em processos energéticos complexos, possui terrenos infraestruturados para a atividade industrial, conta com uma rede moderna de gasodutos preparados para incorporar gases renováveis, é um importante centro de telecomunicações, comporta um ‘cluster’ de industrias consumidoras de hidrogénio", apontou.

O projeto Madoqua Power 2x tem um impacto total de cerca de mil milhões de euros para instalar 500 megawats de capacidade de produção de hidrogénio e 500 mil toneladas de amónia verde por ano, evitando a emissão de mais de 600 mil toneladas de dióxido de carbono e criando mais de 200 postos de trabalho.

O hidrogénio produzido no âmbito deste projeto poderá ser utilizado pela indústria local ou processado para a criação de amónia verde, exportada a partir do terminal do porto de Sines. A eletricidade será obtida, sobretudo, a partir de comunidades de energias renováveis, como parques eólicos e solares, que serão desenvolvidos em paralelo.

"É um projeto alinhado com os nossos objetivos, com os objetivos do país: descarbonizado, qualificado, estratégico e com valor", frisou.

Para o governante, Sines, vai tornar-se, no espaço de uma década "num importante ‘hub’ europeu de produção de energia de gases renováveis", estando identificados "mais uma dezena" de projetos "na área de gases e energias renováveis".

"Para a centralidade de Sines nesta nova geometria internacional, para a segurança da Europa, é necessário que um novo gasoduto ligue a frente atlântica ao resto da Europa", defendeu.

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