O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, defendeu, esta segunda-feira, a instalação de uma Escola de Enfermagem no litoral alentejano para “promover a formação de mais profissionais”.

O ministro, que falava aos jornalistas, em Santiago do Cacém, no final da iniciativa Saúde Aberta, promovida pelo Ministério da Saúde no litoral alentejano, disse que é preciso “atrair profissionais” numa fase ainda “precoce da sua formação”

“Temos de atrair os profissionais para uma zona como esta, que está fora dos grandes centros, numa fase precoce da sua formação. Isto é temos de ter uma Escola de Enfermagem no litoral alentejano, não há nenhuma boa razão para que ela não exista e essa será uma forma de atrair enfermeiros para esta zona”, afirmou.

No seu entender, para “superar as dificuldades” de fixação de “recursos humanos” nesta região, o SNS “tem de ter capacidade de formar especialistas em medicina geral e familiar e nas especialidades hospitalares”.

Para tal, defendeu, o Estado Central, a Unidade Local de Saúde e as autarquias devem promover “um programa de apoio à habitação”.
“Sendo [esta] uma região de baixa densidade populacional, o custo da habitação é igual ao custo dos grandes centros habitacionais porque há uma grande pressão do turismo”, concluiu.

De acordo com o governante, a região debate-se com fenómenos demográficos “muito contraditórios” que obrigam a diferentes respostas do Estado.

“Ao mesmo tempo que há uma grande pressão de imigração, com pessoas mais jovens, com as quais temos algumas dificuldades, como por exemplo a barreira linguística, temos uma população envelhecida, em zonas rurais, com grande isolamento”, apontou.

Para esta população, indicou, o Governo vai “generalizar” a rede das Unidades Móveis de Saúde, com um investimento do PRR (Programa de Recuperação e Resiliência), fazendo deslocar estes equipamentos com uma “periodicidade fixa”.

“Esse é um trabalho muito importante e com os investimentos PRR não apenas em mais viaturas móveis, mas na melhoria da rede digital, esse trabalho pode ser complementado com uma ligação ao médico de família ou até com uma ligação ao médico de especialidade hospitalar”, frisou.

Durante a visita ao Hospital do Litoral Alentejano, em Santiago do Cacém (Setúbal), o governante foi ainda confrontado com um protesto das Comissões de Utentes dos Serviços Públicos do Litoral Alentejano a denunciar o elevado número de utentes sem médico de família, o encerramento de extensões de saúde e a falta de médicos especialistas na região.

Dirigindo-se aos utentes e perante a desconfiança dos dirigentes em relação ao núncio feito, de manhã, da requalificação dos cinco centros de saúde e das “cerca de 30 extensões de saúde” do litoral alentejano, Manuel Pizarro garantiu que regressará à região para “prestar contas”.

Mais tarde, aos jornalistas, reconheceu que ainda existem muitos utentes sem médico de família nesta região e avançou que o Governo está a “trabalhar para garantir” que esta situação seja superada “ainda em 2023”.

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