O presidente da Junta de Freguesia de Santo André, David Gorgulho, voltou a evidenciar a sua preocupação em relação ao futuro da atividade piscatória na Lagoa de Santo André, durante uma intervenção no webinar “Desafios de conciliação entre a conservação e a exploração da enguia na Lagoa de Santo André”, promovido pela Direção Regional do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

De acordo com a junta de freguesia, em comunicado, no encontro, que se realizou no passado dia 09 de março, o autarca sublinhou a “preocupação muito grande” que o tema tem merecido de várias entidades.

“Os pescadores são os mais interessados, para já não falar da questão da restauração e da economia local, porque temos todo um círculo em torno desta questão e que adquire aqui particular importância para aquilo que é a nossa vitalidade. Não só ao nível da economia, mas também ao nível turístico e obviamente, em primeiro lugar, daquilo que é a subsistência destas famílias”, afirmou, citado no comunicado.

Por isso, David Gorgulho apelou a que se passe das palavras aos atos, com a maior brevidade possível, realçando a importância de "salvar a nossa comunidade piscatória e a nossa Lagoa com a maior urgência possível. Temos de passar à ação".

Para a junta, há temas que têm de estar em cima da mesa, “como o desassoreamento ou a limpeza dos fundos, que não tem sido assim tão bem conseguida,  à conta de uma ou outra abertura da lagoa menos bem executada".

"Claro que isso nos preocupa enquanto Junta de Freguesia e representantes da população, de uma comunidade piscatória que faz parte da nossa História, que diz muito à Costa e à Lagoa de Santo André e que obviamente queremos ver debatida, mas fundamentalmente queremos ver resolvida".

Caso contrário, advertiu, "daqui a 10 ou 20 anos – e se calhar estou a ser otimista – vamos ter o desaparecimento da pesca na Lagoa de Santo André. Seria um momento de grande tristeza e uma subversão completa daquilo que é a nossa História e do que é a freguesia de Santo André”.

“Queremos ser promotores do equilíbrio, mas a verdade é que a tendência dos últimos anos não é essa. Os nossos pescadores estão se calhar a ter uma das suas piores fases em termos de pesca de enguia. A percentagem de descontentamento aproxima-se dos 100%”, concluiu.

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