Instaurado procedimento disciplinar após agressão a aluno em escola de Grândola
Um aluno de 14 anos da Escola Básica 2,3 de Grândola foi alegadamente agredido por um colega, na passada quinta-feira, no interior daquele estabelecimento de ensino, tendo o Ministério da Educação instaurado um procedimento disciplinar. “Ele estava a brincar na escola com amigos da sala, em cima de uma árvore, no intervalo” das aulas, quando [...]
Um aluno de 14 anos da Escola Básica 2,3 de Grândola foi alegadamente agredido por um colega, na passada quinta-feira, no interior daquele estabelecimento de ensino, tendo o Ministério da Educação instaurado um procedimento disciplinar.
“Ele estava a brincar na escola com amigos da sala, em cima de uma árvore, no intervalo” das aulas, quando surgiu o alegado agressor “que começou a chamá-lo de macaco, de preto” e a proferir outros insultos, contou hoje à rádio M24 a mãe da vitima, Miriam Duval.
Quando o aluno tentou abandonar o local, “essa criança feriu o meu filho com um golpe ‘mata-leão’, jogou-o ao chão” e terá desferido “pontapés e socos” enquanto fazia ameaças de “que ele ia morrer”, relatou.
“Entretanto o meu filho foi ajudado por um amigo e conseguiu ligar-me do telefone dele, porque a escola não deu assistência”, adiantou a progenitora.
Quando chegou ao local, Miriam Duval não foi autorizada a entrar no recinto escolar, mas foi informada que os responsáveis chamaram a vítima para “fazer uma ocorrência contra” o alegado agressor, um aluno de 13 anos, que frequenta a mesma escola.
O menino, que foi levado pela própria mãe até ao Serviço de Urgência Básica de Alcácer do Sal, queixava-se “de muitas dores”, mas teve alta horas depois de ter realizado alguns exames que confirmaram “uma luxação” no pescoço.
“A escola disse que eu tinha de levar o Miguel para o hospital porque não podiam acionar o seguro escolar por ser um caso de agressão” e que iriam fazer queixa junto dos militares “da Escola Segura e depois para a CPCJ [Comissão de Proteção de Crianças e Jovens]”, explicou.
Na sexta-feira, um dia após as agressões, a encarregada de educação deslocou-se ao posto da GNR de Grândola para saber “qual o procedimento que deveria adotar” e foi aconselhada a “ir à escola”, uma vez que a agressão tinha acontecido “no interior” daquele estabelecimento.
No mesmo dia, um elemento da direção da escola terá informado a progenitora de que iriam “apurar os factos” junto do diretor de turma e da vítima. Também a GNR, depois de ter sido chamada à escola, contactou Miriam Duval para ouvir a sua versão, adiantou.
Segundo a encarregada de educação, esta “não é a primeira vez” que o filho é vitima de agressões e insultos no interior deste estabelecimento de ensino e que vai avançar com uma queixa em Tribunal.
“Vou levar [este caso] para o tribunal e enquanto respirar quero justiça, não pelo meu filho mas por tantos outros que têm sofrido e as mães se têm calado”, avançou à Lusa.
O jovem agredido que ficou em casa, na sexta-feira, regressou hoje à escola “muito chateado e triste com a situação e apesar do “desespero” da mãe.
Esta manhã, a diretora do Agrupamento de Escolas de Grândola disse estar indisponível para prestar declarações.
Por sua vez, o Ministério da Educação avançou que o aluno agredido e o encarregado de educação foram ouvidos no próprio dia pelo Grupo de Integração ao Aluno do Agrupamento de Escolas, tendo sido recebidos, esta manhã, pelo Subdiretor do Agrupamento.
E adiantou que “da averiguação preliminar já existente, será instaurado procedimento disciplinar”, e efetuada comunicação da ocorrência ao Destacamento da GNR, Procuradora do Ministério Público e CPCJ de Grândola.
Já na sexta-feira, ao final do dia, a edição ‘online’ do Jornal de Noticias avançou que o rapaz, de 14 anos, de ascendência brasileira e nacionalidade portuguesa, foi “violentamente” atacado e alvo de insultos racistas por outro aluno.
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