O secretário de Estado da Economia, João Neves, disse que o Governo tem “uma enorme expetativa de investimento” em Sines na área da energia, reconhecendo que estamos perante “uma enorme transformação da natureza das fontes energéticas”.

“Aqui em concreto em Sines estamos com uma enorme expetativa de investimento em todas as temáticas que são centrais a estas mudanças, em primeiro lugar a energia, e estamos a assistir a algo que, porventura, vai fazer uma enorme transformação da natureza das fontes energéticas e da forma como relaciona a produção de bens com a industria”, disse.

O governante falava durante a Tech@Week, iniciativa promovida pela Agência Nacional de Inovação, que decorreu, quarta-feira, no Business Center da Zona Industrial e Logística de Sines (ZILS) sobre energia e materiais.

“A guerra na Ucrânia veio colocar um desafio adicional a uma tendência que já tínhamos e, portanto, temos pela frente um enorme desafio de acelerar mais aquilo que eram metas, substancialmente, muito duras, do ponto de vista de transformação, descarbonização da economia, eficiência energética, de relação com os resíduos de forma distinta, de valorização desses resíduos e construção de uma economia tendencialmente circular”, adiantou.

No entender de João Neves, quem "não o fizer", enfrenta “um risco muito acrescido" de "ficar basicamente fora do mercado”.

“E há situações que me preocupam muito, de empresas em que, pela intensidade energética e pela natureza das fontes de energia, estão nesse dilema que, às vezes, é assustador, porque na verdade fizeram tudo bem, mas têm uma enorme dificuldade em lidar com preços de gás e eletricidade de uma dimensão que é impossível de suportar”, sublinhou.

No entanto, e apesar desta situação “brutalmente difícil e desafiante”, o secretário de Estado da Economia, defendeu que Portugal “tem alguns elementos distintos mais interessantes" para ultrapassar o atual cenário, "do que noutras circunstâncias”, dando o exemplo do desafio da energia e do hidrogénio.

Para isso “temos de ter condições de materializar muito rapidamente os investimentos que temos, explorar devidamente aquilo que é uma mudança das tecnologias, consolidar essas tecnologias de uma forma ainda mais rápida do que ainda há dois anos dizíamos que era possível”, frisou.

“O que todos desejamos é realizar os investimentos o mais rapidamente possível, mesmo que isso seja feito à custa de não termos ainda o domínio completo das tecnologias que temos pela frente, mas vamos melhorando numa lógica de melhoria continua em resposta aos desafios particulares de experimentação que temos de fazer”, reforçou.

No encontro, o governante considerou ainda que Portugal tem o desafio de encontrar soluções que permitam “alimentar o processo de inovação” e garantam “a sustentabilidade do crescimento económico”.

“O desafio que temos pela frente” passa “por responder como é que fazemos sincronia entre inovação, competências e difusão do processo de inovação, com efeitos significativos sobre a produtividade, isto é, efeitos significativos sobre a sustentabilidade do crescimento económico”, afirmou.

“É um desafio que só se pode experimentar, através da ação coletiva e individual daquilo que são as empresas e as organizações que têm relevância”, adiantou, acrescentando que “o Estado deve estar disposto de correr o mesmo risco, partilhar o risco daqueles que vão à frente neste processo de mudança.

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