Fogo de Odemira atingiu 10 mil hectares e mantém duas frentes ativas
O incêndio rural que deflagrou no sábado em Odemira já atingiu 10 mil hectares, mantendo ao início da noite de hoje duas frentes ativas e obrigando as autoridades a cobrir um perímetro de 50 quilómetros, segundo a Proteção Civil. Numa conferência de imprensa realizada pelas 19:30 no posto de comando instalado em São Teotónio – [...]
O incêndio rural que deflagrou no sábado em Odemira já atingiu 10 mil hectares, mantendo ao início da noite de hoje duas frentes ativas e obrigando as autoridades a cobrir um perímetro de 50 quilómetros, segundo a Proteção Civil.
Numa conferência de imprensa realizada pelas 19:30 no posto de comando instalado em São Teotónio – freguesia onde o fogo deflagrou, na zona de Baiona -, o comandante regional de Emergência e Proteção Civil do Algarve, Vitor Vaz Pinto, explicou que a frente norte, em Odemira, não apresenta problemas graves.
Já a frente sul apresenta duas situações mais preocupantes, no cruzamento com os municípios algarvios de Aljezur e Monchique (distrito de Faro).
Com a mudança do quadrante do vento registada ao final da tarde, disse o comandante, “o setor a sul vai ser mais exigente, também porque a orografia não permite colocar os meios aéreos onde são necessários”.
Ainda assim, e apesar de as autoridades reconhecerem haver variáveis que não podem ser controladas, é esperado um aumento da humidade, o que será favorável ao combate.
“Durante a tarde tivemos várias reativações que foram prontamente extintas pelas forças dispersas no terreno por mais de 50 quilómetros”, referiu o comandante, afirmando não ter até àquela hora a indicação de casas afetadas.
Segundo informação desta tarde do município de Aljezur, pelo menos uma habitação ardeu, além de pequenos anexos e outros edificados, e em Odemira a proprietária de um turismo rural disse à Lusa que a estrutura principal do alojamento ficou destruída.
Vítor Vaz Pinto atualizou no ‘briefing’ o número de pessoas deslocadas pela GNR de forma preventiva para 1.459 – muitas das quais foram levadas para os pontos de acolhimento definidos – e referiu que 36 pessoas, na maioria agentes de proteção civil, receberam assistência do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) no terreno.
Outras oito pessoas – cinco bombeiros e três civis – chegaram a receber atendimento hospitalar, sem configurar situações de gravidade.
Ao início da tarde, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) indicou que 20 povoações e um parque de campismo (entretanto reaberto, sem danos) foram evacuados nestes dias e durante a tarde de hoje, segundo a informação da GNR, só a povoação da Delfeira, no município de Odemira, foi evacuada parcialmente.
Foi também referido que foram afetadas “extensas áreas de pinhal e povoamentos mistos como eucaliptal, sobreiros, medronheiros e matos”.
Segundo a página da ANEPC na internet, pouco depois das 20:00 estavam mobilizados para o combate às chamas 1.044 operacionais, 350 veículos e quatro meios aéreos, que terão de deixar de operar com a chegada da noite.
Uma das maiores preocupações das autoridades é evitar que o incêndio entre na vasta serra de Monchique, fortemente atingida por outros fogos em anos anteriores, sobretudo em 2018.
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