Empresa garante estar a estudar "alternativas" para minimizar impacto da central solar de Cercal do Alentejo
A empresa Aquila Capital garantiu que estão a ser "estudadas alternativas" para minimizar os impactos do projeto de instalação de uma central solar em Cercal do Alentejo, no concelho de Santiago do Cacém. Numa resposta por escrito a questões colocadas pela agência Lusa, a empresa de gestão de investimentos com sede em Hamburgo (Alemanha) esclarece [...]
A empresa Aquila Capital garantiu que estão a ser "estudadas alternativas" para minimizar os impactos do projeto de instalação de uma central solar em Cercal do Alentejo, no concelho de Santiago do Cacém.
Numa resposta por escrito a questões colocadas pela agência Lusa, a empresa de gestão de investimentos com sede em Hamburgo (Alemanha) esclarece que “estão a ser estudadas alternativas que preveem o afastamento das zonas de implantação dos painéis solares das zonas com habitações”.
O projeto desta central solar fotovoltaica, que a empresa Cercal Power, S.A, do grupo Aquila Capital, pretende desenvolver em Cercal do Alentejo, prevê um investimento global de 164,2 milhões de euros e o respetivo Estudo de Impacte Ambiental (EIA) esteve em consulta Pública até 10 de maio.
Segundo a empresa, o “impacte visual do projeto”, que prevê a instalação de 553.722 módulos fotovoltaicos, “será substancialmente minimizado através da implementação de um Plano de Integração Paisagística, sob coordenação da Agência Portuguesa do Ambiente”.
“Este projeto, uma vez em funcionamento, produzirá eletricidade suficiente para abastecer mais de 172.000 habitações e evitará a emissão para a atmosfera de mais de 208.000 toneladas de CO2 por ano, o que representa um importante contributo na luta contra as alterações climáticas e um impulso à transição energética”, sublinha.
Além disso, o investimento “terá também um impacto económico positivo na região com a criação de 2.000 postos de trabalho na fase de construção, dando um importante contributo para o seu crescimento e desenvolvimento”, reforça a empresa.
A iniciativa, que está a suscitar uma onda de contestação e deu origem ao movimento Juntos Pelo Cercal, resulta da junção de cinco centrais de menor dimensão, “com licença de produção já atribuída” pela Direção-Geral de Energia e Geologia, e a construção de uma Linha de Muito Alta Tensão (LMAT).
O movimento, que lançou uma petição para dizer “Não à central fotovoltaica do Cercal do Alentejo”, antecipa o alegado impacto negativo que a instalação de uma central solar fotovoltaica de grandes dimensões, a cerca de um quilómetro da vila alentejana, pode causar na região.
Ao juntar cinco centrais de menor dimensão e uma Linha de Muito Alta Tensão (LMAT), o projeto vai ocupar “uma área gigante” de “cerca de 816 hectares” e ficará instalado “a um quilómetro da vila de Cercal do Alentejo, a 50 metros de várias casas e muito próximo de vários turismos”, refere.
Também a associação ambientalista Zero alerta para a “artificialização do espaço rural” e para o impacto junto de “algumas espécies com estatuto de conservação elevado”, como é o caso do “milhafre-real e da águia de Bonelli”.
Apesar da contestação, a empresa diz estar disponível para “ouvir as preocupações da população” e salienta que “está preocupada e empenhada em encontrar soluções positivas para todas as partes”.
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