A Comissão de Utentes dos Serviços Públicos de Santiago do Cacém exigiu hoje o arranque das obras de requalificação da extensão de saúde de Vila Nova de Santo André e mais profissionais de saúde para a região do litoral alentejano.

“Exigimos melhores condições para a extensão de saúde de Vila Nova de Santo André, cujas obras estão prometidas há mais de 20 anos pelos diversos conselhos de administração da Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano (ULSLA) e pelos diversos governos, que não se concretizaram”, disse o porta-voz dos utentes, Dinis Silva.

O dirigente falava à margem de uma ‘tribuna pública’, convocada pela Comissão de Utentes dos Serviços Públicos de Santiago do Cacém, para reivindicar “o início urgente” das obras de requalificação e remodelação da extensão de saúde de Vila Nova de Santo André.

O atual edifício apresenta “infiltrações no telhado e há alguns serviços que não funcionam, com prejuízo para os utentes e profissionais de saúde”, denunciou o porta-voz da comissão de utentes.

“Queremos que estas obras sejam realizadas de uma vez por todas para que sejam criadas boas condições de trabalho aos profissionais e de atendimento aos utentes”, reivindicou.

Segundo números divulgados pela comissão, só na freguesia de Santo André, que tem “cerca de 11 mil utentes”, existem “mais de 3.200 utentes sem médico” de família.

“Estas obras têm vindo a ser reivindicadas e a ser prometidas, com projetos sucessivos e com algumas confusões até na forma como foram lançados os concursos”, lamentou o presidente da Junta de Freguesia de Santo André, David Gorgulho.

De acordo com o autarca, que também participou na ação de protesto, “antes das eleições autárquicas foi lançada uma obra de um milhão de euros para começar no imediato”, mas “estamos em abril de 2022 e nem temos um ponto de situação sobre este concurso”.

“Para a dimensão desta freguesia temos uma falta gritante de médicos de família, de enfermeiros, de profissionais de saúde nas mais variadas áreas e, fundamentalmente, condições para utentes e profissionais trabalharem”, criticou.

O protesto serviu também para reivindicar a contratação de mais médicos, enfermeiros e outros profissionais para a região do litoral alentejano.

Segundo a comissão de utentes, no Hospital do Litoral Alentejano (HLA), em Santiago do Cacém, “há falta de enfermeiros e de médicos” e a Urgência Pediátrica “não é assegurada em permanência por médicos de especialidade de pediatria”.

“Também há camas encerradas no HLA, como é o caso da ortopedia e dos cuidados intensivos, uma unidade que foi inaugurada há pouco tempo, por falta de enfermeiros”, frisou Dinis Silva.

Os utentes reivindicam a redução da lista de utentes, de 1.900 para 1.500 por cada médico de família, serviço médico à periferia, a reabertura da unidade de convalescença, o cumprimento integral dos tempos máximos de resposta garantidos nas consultas e cirurgias no HLA e a adoção de medidas que atraiam profissionais de saúde.

Defendem “para esta zona carenciada” a “abertura de concursos com dedicação exclusiva e também com incentivo remuneratório, condições de trabalho e formação contínua, bem como a valorização salarial e das carreiras”.

Durante o protesto foi aprovada uma moção a “apontar os problemas”, mas também “as soluções” para ultrapassar as dificuldades na prestação de cuidados de saúde à população do litoral alentejano que será enviada ao Presidente da República, Assembleia da República e Governo.

 

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