Uma colónia de 100 flamingos é a mais recente atração da Lagoa de Melides, no concelho de Grândola, onde estas aves migratórias têm repousado nas últimas semanas.

(c) Dário Cardador

O grupo, que tem crescido de ano para ano, tem sido fotografado pelo ambientalista Dário Cardador, fundador da associação Zero, que tem acompanhado o dia a dia da colónia que adotou esta zona húmida do litoral alentejano para se estabelecer e alimentar nesta altura do ano.

"Desde que foi interditada a caça na zona da Lagoa [de Melides] as espécies começaram a passar por aqui. Isto é uma expansão natural das zonas húmidas quando não há perturbação contínua às espécies. Se não caçarem e respeitassem aquilo que foi aprovado muitas mais espécies estariam naquela zona, tanto que já muita gente se desloca para observar os flamingos de perto", explicou à rádio M24 o ambientalista.

 

 

A colónia "com cerca de 150 aves", a maioria adultos, é observada "desde o ano passado" na Lagoa de Melides.

"Desde o ano passado que têm vindo a aumentar e este ano têm ficado na zona interior da Lagoa, onde a água é pouco profunda e alguma salinidade alimentando-se com alguns camarões e algas. Isto é a prova que é possível compatibilizar todas as áreas de conservação com os interesses económicos", afirmou.

Estas aves, oriundas do Parque Natural Doñana, em Espanha, são conhecidas pelas suas cores em tons de rosa, devido à sua dieta rica em betacarotenos.

"Que eu saiba os flamingos ainda não têm zonas para nidificação em Portugal porque estas aves constroem os seus ninhos nas zonas húmidas e as nossas são quase todas de arrozais. Seria necessário uma grande área para criar as condições ideias para a sua reprodução", adiantou.

Apesar da permanência da colónia na Lagoa de Melides, o ambientalista, alerta para a importância destas aves selvagens não serem perturbadas.

"Tenho observado ultimamente que outras espécies começam a despoletar como o caimão, existindo alguma perturbação, como há pouco tempo observei dois cães a correrem atrás dos flamingos dentro da lagoa, o que é inadmissível as pessoas terem os animais domésticos e depois serem esses que vão perturbar as espécies selvagens", lamentou.

Quando se despedir da Lagoa de Melides a colónia seguirá para os estuários do continente africano.

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