A concelhia da CDU de Grândola acusou o PS e PSD de estarem “ao lado dos especuladores imobiliários” e “decidirem em favor da construção desenfreada” ao chumbarem a suspensão do Plano Diretor Municipal (PDM).

Em comunicado, a coordenadora concelhia de Grândola da CDU criticou os eleitos do PS e PSD pela “opção clara” de “votarem contra a suspensão do PDM” e escolherem “estar do lado dos especuladores imobiliários e do grande capital”.

De acordo com a CDU, a suspensão do PDM, medida aprovada pela Câmara de Grândola, visava “o combate à especulação imobiliária, o incentivo à fixação de famílias e jovens, e o desenvolvimento de um turismo sustentável e de qualidade”.

Ao votar contra a suspensão do PDM, a oposição na Assembleia Municipal de Grândola decidiu “a favor da construção desenfreada e a qualquer custo” naquele território, sustentou a estrutura local.

Além de condenar a posição das bancadas do PS e PSD, de quem esperavam “responsabilidade e caráter”, a CDU acusou estas duas forças políticas de serem “a favor de um crescimento sem regras, num concelho que ficará menos inclusivo e menos acessível a todos”.

Os eleitos da oposição “viraram costas ao concelho e ignoraram o bem-estar, presente e futuro da população”, vincaram.

“Se, na reunião de câmara, o PS tinha votado a favor da suspensão do PDM, o voto contra, em Assembleia Municipal, veio evidenciar a notória subjugação aos interesses do grande capital”, lê-se no comunicado.

Para a CDU, “é evidente que o PS na Assembleia Municipal aposta numa política truculenta, não olhando a meios, que possam dificultar a gestão da CDU, nem que para tal prejudique os reais interesses” do concelho de Grândola.

Na última quinta-feira, a Câmara de Grândola, de maioria CDU, revelou que tinha aprovado a suspensão do PDM, para impedir a especulação imobiliária e a aprovação de novos empreendimentos turísticos nas freguesias de Melides e Carvalhal.

Na altura, o presidente da Câmara de Grândola, António Figueira Mendes, disse que a suspensão do PDM permitiria a fixação de medidas preventivas nas freguesias de Melides e do Carvalhal para que não fossem aprovados “mais empreendimentos turísticos” nas respetivas áreas geográficas.

O autarca defendeu “ser importante a declaração da caducidade dos Pedidos de Informação Prévia (PIP) sem qualquer intenção concreta associada, cujo objetivo era apenas apurar a capacidade máxima dos terrenos, e, com isso, potenciar o seu valor, bem como a imposição da apresentação de PIP noutros termos, com definição concreta das pretensões”.

A proposta de suspensão do PDM foi analisada na reunião da Assembleia Municipal realizada na sexta-feira, mas mereceu os votos contra das bancadas do PS (11 eleitos) e do PSD (dois), pelo que os votos a favor dos 12 eleitos da CDU não chegaram para que a medida recebesse ‘luz verde’.

O presidente da bancada do PS na Assembleia Municipal de Grândola, Pedro Ruas, argumentou que o PDM tem de ser suspenso e revisto com critérios “transparentes e objetivos”, sendo necessário criar “mecanismos que potenciem camas turísticas também na faixa interior do concelho”.

Por sua vez, a deputada social-democrata, Sónia Reis, disse ter dúvidas em relação “à forma como as medidas preventivas de suspensão [do PDM] iriam ser tomadas”, considerando ser “perigoso suspender” os PIP.

Na reunião, a oposição aprovou a constituição de "um grupo de trabalho" formado pelas três forças políticas com assento na assembleia municipal para definir “critérios de transparência objetivos para fazer a suspensão e a consequente revisão do PDM”, explicou o socialista Pedro Ruas.

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