A fabricante China Aviation Lithium Battery Tecnology (CALB) já deu início ao processo de licenciamento ambiental do projeto de construção da Unidade de Baterias de Lítio, em Sines, para veículos elétricos.

Imagem de Arquivo

No final de fevereiro, a CALB apresentou à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) uma Proposta de Definição de Âmbito (PDA) do Estudo de Impacte Ambiental (EIA), cuja consulta pública decorre até 20 deste mês, no portal Participa, para a instalação da unidade industrial de baterias de lítio em Sines.

De acordo com a APA, a fase de definição de âmbito do EIA, que é prévia ao processo de avaliação e tem caráter facultativo, “tem como objetivo a identificação, análise e seleção das vertentes ambientais significativas que podem ser afetadas pelo projeto e sobre as quais o EIA deve incidir”.

A proposta, consultada pela agência Lusa, define que a futura fábrica de baterias de lítio para automóveis elétricos da CALB ficará localizada na Zona Industrial e Logística de Sines (ZILS), gerida pela aicep Global Parques.

“O projeto tem como objetivo a construção e operação de uma unidade de produção de baterias de lítio, em terrenos que integram a Zona Industrial e Logística de Sines (ZILS)”, numa área de 100 hectares, lê-se no documento.

O terreno “identificado para a fábrica de baterias de lítio tem cerca de 100 hectares”, estando “prevista a instalação” da unidade de produção, que terá “uma capacidade de 15 Gwh [Gigawatts]”, numa área “de cerca de 50 hectares”.

Segundo o documento, submetido à APA, a fase de construção da unidade, em Sines, “está estimada em cerca de 30 meses”, estando previsto o início da produção “até ao final de 2025” com “o objetivo de satisfazer a grande procura dos clientes, principalmente da indústria automóvel”.

A área onde poderá ficar instalada a futura fábrica da CALB localiza-se a “cerca de 1.750 metros” da refinaria de Sines da Galp, e a oeste, “cerca de 1.800 metros” das empresas Euroresinas, Repsol Polímeros, Recipneu e Indurama Ventures Portugal, especifica o documento.

O projeto da unidade industrial inclui a construção de cinco edifícios para a produção de elétrodos, fabrico de células, formação e montagem, embalamento e fabrico de invólucros.

A fábrica será construída “com recurso a tecnologia que visa a proteção do ambiente e o cumprimento da legislação ambiental aplicável, tendo igualmente em vista a construção de uma unidade industrial de operação de baixo carbono”, refere.

A unidade industrial terá “uma certificação tipo ‘Leed/Bream’”, recorrendo a “fontes de energias renováveis”, ao “reaproveitamento de águas” e “reciclagem de resíduos”.

Num comunicado à bolsa de valores de Hong Kong, em novembro de 2022, a CALB revelou ter assinado um memorando de entendimento com uma subsidiária da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP).

O acordo com a aicep Global Parques incluiu a aquisição de “direitos de superfície, com o objetivo de montar uma fábrica de ponta mundial, altamente inteligente, informatizada e automatizada, com zero emissões de carbono”, disse a empresa.

A CALB “não assinou ainda um acordo legalmente vinculativo”, pelo que “a cooperação contemplada no memorando de entendimento pode ou não avançar”, frisou.

No memorando de entendimento, assinado em novembro, em Sines, com a aicep Global Parques, gestora da ZILS, a CALB demonstrou que este município do litoral alentejano era “uma das localizações privilegiadas”, afirmou, na ocasião, o presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas, em declarações à agência Lusa.

“Sines é uma das localizações privilegiadas pela CALB, uma vez que temos aqui todas as condições, mas é apenas a primeira intenção”, afirmou, na altura, o autarca.

Segundo a China Automotive Power Battery Industry Innovation Alliance, uma associação industrial, a CALB foi em 2021 a terceira maior fabricante chinesa de baterias para automóveis elétricos.

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