Bruxelas deve "despoletar uma ajuda" para o Alentejo devido à seca - Diretor Regional de Agricultura (C/ÁUDIO)
O Diretor Regional da Agricultura e Pescas do Alentejo, José Godinho Calado, reconheceu esta quinta-feira que as limitações para encontrar alimento nas pastagens para os animais "são grandes" e defendeu a necessidade de Bruxelas "despoletar uma ajuda" devido à seca. "As limitações são grandes, de alimento em condições naturais, sobretudo nas nossas pastagens do extensivo [...]
O Diretor Regional da Agricultura e Pescas do Alentejo, José Godinho Calado, reconheceu esta quinta-feira que as limitações para encontrar alimento nas pastagens para os animais "são grandes" e defendeu a necessidade de Bruxelas "despoletar uma ajuda" devido à seca.
"As limitações são grandes, de alimento em condições naturais, sobretudo nas nossas pastagens do extensivo e aí as pessoas só têm duas soluções: ou diminuem os efetivos para conseguir que aquela pouca biomassa ainda seja aproveitada mesmo seca ou compram alimento fora", disse José Godinho Calado à rádio M24.
De acordo com o responsável, que falava à margem da inauguração oficial da 35.ª edição da Santiagro, "com o custo da energia como está, começa a tornar quase inviável a produção".
"[É] difícil para as pessoas neste momento terem a atividade agrícola com viabilidade, porque de facto têm uma limitação grande de faltar um dos promotores do crescimento das plantas que depois dão alimento para os humanos e para os animais", observou.
Questionado sobre o pedido de ajuda do Governo a Bruxelas para mobilizar verbas da PAC, o diretor regional disse que é preciso que a Comissão Europeia "aceite que a nossa região está em seca severa e que seja possível despoletar uma ajuda no âmbito da seca, considerando que já ultrapassamos os dois meses".
"Bruxelas tem políticas direcionadas nesse sentido e que seja possível apoiar alguns dos produtores para continuarem a sua atividade, porque não é fácil quando se para a atividade, voltar outra vez. A questão aqui é manter a atividade para, no próximo ano, a parte da pecuária continue com reprodutores e os reprodutores continuem a ter produção de animais".
No seu entender, a redução dos efetivos devido à seca e ao aumento dos custos dos fatores de produção, "não se traduz no imediato", mas "a médio-prazo pode ter um impacto negativo".
"Ficamos com menos efetivos a produzir e esperamos que não seja um impacto grande e estou convencido que não porque as pessoas não gostam, lutam sempre para não destruir a sua capacidade de produção", concluiu.
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