Uma biografia sobre a vida de Jorge Nunes, Comendador, provedor da Misericórdia de Santiago do Cacém e ex-presidente da Caixa Agrícola da Costa Azul, da autoria do ex-jornalista António de Sousa Duarte, foi apresentada na passada terça-feira, em Santiago do Cacém.

O livro “Jorge Nunes, um Homem à frente do seu tempo”, lançado pela Âncora Editora, presta uma homenagem ao percurso de vida de Jorge Nunes, e "contribuirá para um conhecimento maior" de um homem cuja "dimensão não é ainda objeto de reconhecimento nacional", defenderam os presentes na cerimónia.

"O seu percurso de vida é um excelente exemplo que todos deviam seguir. Vingou num patamar superior e a sua dimensão não é ainda objeto de reconhecimento a nível nacional, mas espero que este trabalho contribua para um conhecimento ainda maior ", frisou António Batista Lopes, da Âncora Editora,perante uma plateia de centenas de pessoas.

Momentos antes, o presidente da Câmara de Santiago do Cacém, Álvaro Beijinha, a quem coube a abertura da cerimónia de lançamento da obra, elogiou não só o "legado" que Jorge Nunes "deixou em Santiago do Cacém", como o "trabalho pioneiro" que desenvolveu na Caixa Agrícola da Costa Azul, com a abertura de várias delegações, "contra um sistema que estava instituído" na época.

"É alguém que contribuiu de forma muito efetiva para o concelho" e deixou "uma grande obra", sendo a Unidade de Cuidados Continuados, a Creche e o Lar de Idosos, exemplos do trabalho de "alguém que não para, não dá nada por concluído e vai continuar a trabalhar em prol do concelho" de Santiago do Cacém, reafirmou.

Também o padre Vítor Melicias, considerou que o lançamento deste livro é "uma justa homenagem a um grande homem e às grandes causas que serviu", sendo "um enorme estímulo" para todos aqueles que com ele privam e trabalham.

"A Jorge Nunes nunca se diz não. É uma personalidade desta região e deste país a quem jamais me atreveria a dizer não. Jorge Nunes está num patamar de alta consagração. Desde muito cedo que vi em Jorge Nunes uma pessoa modesta, mas superior, discreta, mas com ambição, indulgente, mas rigorosa", frisou Carlos Beato, durante a apresentação.

Na sessão, o autor António de Sousa Duarte, reconheceu que esta foi a obra "mais difícil" que escreveu, entre outros motivos devido à pandemia de covid-19.

É o "livro possível sobre um ser humano impossível", cujo contributo para a comunidade "o país vai ter de reconhecer de uma forma qualquer", realçou.

Em declarações à rádio M24,  explicou que o livro, escrito no espaço de ano e meio, fala sobre "a cumplicidade de décadas de Jorge Nunes com a Caixa Agrícola", sem esquecer "a visão mais romântica" da sua vida.

"O livro tem uma parte muito densa que tem a ver com a cumplicidade de décadas de Jorge Nunes com a Caixa Agrícola. Eu sou franco, gostei muito mais de escrever sobre o rapaz que ia descalço para a escola, que pisava lacraus nas estradas, o jovem rapazinho que ajudava a acaltroar estradas", ou seja "a visão mais romântica" que reflete sobre "uma figura que considero absolutamente rara na sociedade portuguesa", afirmou.

Por seu lado, Jorge Nunes, que considerou a biografia "excelente", mostrou-se satisfeito com o resultado deste livro e pela homenagem prestada pelos "amigos" que estiveram presentes na cerimónia.

"O livro está excelente, abrange tudo um pouco, embora não se diga tudo o que se quer dizer, mas penso que, no fundo, fala sobre o rapazito de 12 anos que foi lançado às feras. Há muitas coisas no livro que a maioria das pessoas desconhece sobre a minha vida, nem fazem uma ideia do que é um miúdo com 12 anos ir alcatroar estradas por aí fora", rematou.

A sessão contou ainda com as intervenções do presidente do Conselho de Administração Executivo da Caixa Central, Licínio Pina, presidente da União das Misericórdias Portuguesas, Manuel Lemos e do presidente do Conselho de Administração da Caixa da Costa Azul, Rui Gomes.

 

 

 

 

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