Bastonário dos Médicos diz que HLA recorre em demasia às empresas prestadoras de serviços
O bastonário da Ordem dos Médicos alertou ontem para o facto de o Hospital do Litoral Alentejano (HLA) estar a funcionar com “um quadro” de pessoal que “só está preenchido a cerca de 50 por cento” que “depende muito das horas suplementares” e recorre em demasia às empresas prestadoras de serviços. “Este hospital tem cerca [...]
O bastonário da Ordem dos Médicos alertou ontem para o facto de o Hospital do Litoral Alentejano (HLA) estar a funcionar com “um quadro” de pessoal que “só está preenchido a cerca de 50 por cento” que “depende muito das horas suplementares” e recorre em demasia às empresas prestadoras de serviços.
“Este hospital tem cerca de 90 médicos especialistas e cerca de 40 médicos em formação e se porventura aquilo que são as horas extraordinárias e o que são as horas pagas em prestação de serviços, fossem transformadas em contratos individuais de trabalho com os médicos a fazerem 40 horas estes valores dariam para contratar 82 médicos”, defendeu Miguel Guimarães.
Durante a visita, a diretora clínica do Hospital do Litoral Alentejano, Alda Pinto, reconheceu “o esforço que tem sido feito” para conseguir dar resposta às necessidades dos cerca de 100 mil utentes que aumentam durante a época balnear.
“A questão da sazonalidade cria dificuldades acrescidas e na nossa unidade estamos muito dependentes não só de protocolos com outras instituições do SNS e com as prestações de serviço para completar o quadro médico”, afirmou.
Outro dos constrangimentos, adiantou a diretora clínica, prende-se com “a área territorial” da ULSLA, com cinco centros de saúde e 27 extensões de saúde, distribuídos pelos concelhos de Sines, Santiago do Cacém, Grândola, Alcácer do Sal e Odemira, no litoral alentejano.
Questionado sobre a diminuição de 43% das cirurgias programadas, no Hospital do Litoral Alentejano, entre 2017 e 2018, o bastonário da Ordem dos Médicos, aludiu para “a falta de recursos humanos”, médicos e enfermeiros, e para a questão “da segurança clínica”.
“Se não tivermos aqui um corpo clínico nas várias especialidades que permita dar continuidade de cuidados a doentes que façam cirurgias maiores, temos alguma limitação em fazer cirurgias maiores, por médicos que venham fazer uma tarefa, e depois corremos o risco de não ter médicos da mesma especialidade para seguir os doentes”, justificou.
O bastonário defendeu que esta é uma situação “que tem de ser corrigida imediatamente” para que “a qualidade das pessoas e da medicina possa ser melhor” para a população do litoral alentejano.
O relatório com as conclusões da visita do bastonário da Ordem dos Médicos ao Hospital do Litoral Alentejano vai ser enviado para a Ministra da Saúde.
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