O presidente da concelhia de Santiago do Cacém do PSD considerou hoje que a proposta de adiamento das autárquicas, anunciada pelo presidente do partido, "faz sentido, à luz de um conjunto de fatores", como o processo de vacinação da população, defendendo que esta é altura certa para "pensar noutras formas de voto" que permitam uma maior participação da população.

Por um lado, "temos de ter em conta a pandemia que vivemos e a forma como isso pode interferir, quer na eleição, quer no número de pessoas que se possam descolar ou nalgum problema que possa causar", salientou Luís Santos depois de conhecer, através da comunicação social, a proposta do PSD de adiar por dois meses as eleições autárquicas.

"Tudo o que se possa fazer para que haja uma redução da abstenção é sempre positivo", reforçou o presidente da concelhia, considerando que a proposta do PSD de realizar as eleições autárquicas entre os dias 22 de novembro e 14 de dezembro "faz sentido à luz de muitas coisas que têm de ser analisadas".

No entender de Luís Santos, "tem havido alguns avanços e recuos na gestão desta pandemia e na forma como as coisas têm evoluído. Na vacinação também estão a haver alguns atrasos e, apesar da previsão do primeiro-ministro que possivelmente no verão podemos aliviar algumas medidas, temos que ter a noção que pode não ser bem assim e que podem atrasar-se".

"Penso que é a altura certa para se começar a pensar noutras formas de voto que possam permitir uma maior participação e uma redução da abstenção, nomeadamente, o voto eletrónico", defendeu.

Questionado sobre possíveis constrangimentos que a pandemia de covid-19 pode causar na campanha para as eleições autárquicas, o dirigente concelhio lembrou "a proximidade e a dinâmica diferente das eleições presidenciais" que também se desenrolaram em contexto pandémico.

"Há uma proximidade diferente entre os candidatos e as pessoas envolvidas e tem uma dinâmica muito diferente das presidenciais, mais de rua e de contactos. Por isso, aquilo que pode acontecer, se este estado de pandemia se alastrar um pouco mais, causa alguns constrangimentos em termos da campanha. De resto, estamos preparados para avançar nas datas normais", referiu.

Não havendo esse entendimento e, caso não haja alívio da situação, "vão ser umas eleições marcadas por uma campanha diferente", acrescentou.

O PSD anunciou hoje que vai apresentar um projeto de lei que prevê o adiamento das eleições autárquicas por dois meses, de forma a que possam realizar-se entre os dias 22 de novembro e 14 de dezembro.

Numa conferência de imprensa, no Porto, Rui Rio considerou que o regime excecional e temporário que o partido vai propor para as autárquicas é uma proposta "sensata" e que "defende a democracia" num contexto de pandemia de covid-19.

"Eu pergunto como é que, numas eleições autárquicas, se consegue fazer campanha sem poder contactar as pessoas", questionou, argumentando que manter a data das autárquicas no calendário previsto serviria apenas "quem está no poder".

De acordo com a lei eleitoral para os órgãos das autarquias locais, estas eleições são marcadas "por decreto do Governo com, pelo menos, 80 dias de antecedência" e realizam-se "entre os dias 22 de setembro e 14 de outubro do ano correspondente ao termo do mandato".

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