O presidente da Câmara de Santiago do Cacém, Álvaro Beijinha, defendeu que é necessário encontrar soluções, entre o Governo e as autarquias, para responder à falta de habitação no litoral alentejano.

“Estou a defender que é necessário avaliar esta situação [para que], entre o Governo e as autarquias, sejam encontradas soluções, porque as câmaras municipais não têm condições financeiras para a construção de habitação à escala que é necessária”, alertou.

O autarca disse que os municípios “querem ser parte da solução” e deu como exemplo o concelho de Santiago do Cacém, “que tem terrenos municipais” que podem ser “um primeiro ponto para a resolução do problema”.

Para isso, tem de haver “linhas de financiamento, seja para construção, seja para a reabilitação, tal como está a haver para o [programa] 1.º Direito”, que permitam dar respostas em termos habitacionais, reforçou.

No seu entender, os investimentos anunciados para o complexo industrial e portuário de Sines conduzirão a um “aumento brutal da necessidade de habitação”, uma vez que vão “atrair milhares de trabalhadores” que irão recorrer “ao mercado de arrendamento”.

Esta “é uma matéria que nos preocupa bastante porque atinge também a população do nosso concelho, nomeadamente os jovens que querem emancipar-se, vão ao mercado de arrendamento e não há casas para eles”, advertiu.

Por isso, defendeu que, em matéria de habitação, deve “haver um olhar para esta região” do litoral alentejano, que engloba os concelhos de Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém e Sines e Odemira.

Apesar de não ter um diagnóstico no terreno que permita apontar o número de fogos necessários para fazer face ao aumento previsto da população, Álvaro Beijinha, reconheceu que o mesmo estaria sempre “desatualizado”.

“Para aquilo que são as necessidades, não temos [esse diagnóstico] feito e, se o fizéssemos hoje, amanhã já estaria desatualizado”, considerou o autarca, tendo em conta “aquilo que está a acontecer já” e “o que se perspetiva que venha a acontecer num futuro próximo” nesta região.

Por outro lado, alertou, esta situação vai também agravar “o problema crónico” de falta de habitação para a fixação de profissionais de saúde no litoral alentejano.

“É algo muito preocupante não só para os profissionais de saúde, mas para a população em geral, porque, além dos fortes investimentos previstos, também [assistimos] ao crescimento muito significativo do setor do turismo”, argumentou.

A “especulação imobiliária tem vindo a subir bastante, nomeadamente no mercado de arrendamento, que praticamente não existe e o pouco que existe” é disponibilizado “a preços absolutamente incomportáveis para enfermeiros e até para os próprios médicos”, concluiu.

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