O presidente da Câmara Municipal de Santiago do Cacém, Álvaro Beijinha, voltou hoje a questionar a Infraestruturas de Portugal (IP) sobre o reforço dos transportes públicos que foram suprimidos devido a obras na Estrada Nacional 121 (EN121).

As obras, que visam a supressão da passagem de nível na EN121, entre Santiago do Cacém e São Bartolomeu da Serra, e a construção de uma passagem superior, a cargo da IP, obrigaram ao corte daquela via no início da semana passada.

“A intervenção que está a ser feita e o corte da estrada” implica “uma alteração substancial dos horários dos transportes escolares” e dos alunos que se deslocam do interior do concelho para frequentarem as escolas na sede do município e no concelho vizinho de Sines, explicou.

Em declarações à rádio M24, Álvaro Beijinha sublinhou que o município, “desde a primeira hora”, transmitiu que o caminho alternativo da Mulinheta, “que serviu à IP para desviar o trânsito” após o corte da via, “nunca seria solução para transporte de pesados”.

“Não havendo a hipótese Mulinheta, a única alternativa é [utilizar] a estrada 261 ou seja deslocar o trânsito pela Abela, São Domingos, Santiago [do Cacém], que é aquilo que está a acontecer nos transportes pesados de passageiros e que originou este problema dos horários”, precisou.

Segundo o autarca, esta alteração obriga a rodoviária a realizar “mais de 500 quilómetros por dia” nos vários percursos e os custos "poderão andar na ordem dos dois mil euros por dia”, uma vez que a atual situação obriga “ao reforço dos autocarros para os transportes escolares”, mas também “para garantir o serviço público de transportes” no atual traçado.

Numa reunião que juntou, esta terça-feira, o município, IP, Rodoviária do Alentejo e Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral (CIMAL), o autarca reiterou que compete à empresa pública “encontrar soluções que minimizem este impacto nas populações”.

“Tem que necessariamente haver um reforço de carreiras para permitir soluções alternativas, nomeadamente [os alunos] que vêm do interior do concelho, em particular de Ermidas-Sado e Alvalade [e] que haja uma carreira direta para Santiago do Cacém de forma a que as crianças e jovens não tenham de se levantar mais cedo”, defendeu.

Segundo o autarca, a IP mostrou “abertura para assumir esse custo” e irá “transmitir”, até ao início da próxima semana, “a assunção desses custos”.

Sobre o corte da via que levou o autarca a exigir, no final da semana passada, a “suspensão imediata” da obra até serem encontradas soluções seguras, a IP terá informado “que do ponto de vista técnico não há alternativa”, alegando “que a obra está atrasada” e que existe “o risco de se perder financiamento comunitário”, concluiu.

Também a Comissão de Utentes dos Serviços Públicos do Concelho de Santiago do Cacém criticou hoje a alternativa da IP e exigiu a suspensão imediata das obras, assim como a construção de vias alternativas com segurança.

Trata-se de um caminho municipal “com curvas apertadas, pontos onde dificilmente se cruzam duas viaturas e bermas com valetas muito altas” e que “são já vários os acidentes ocorridos, comprovando que o desvio não está dimensionado para a afluência de veículos em causa”, referiu.

Por seu lado, em comunicado enviado à rádio M24, a IP avançou que irá “promover o reforço da sinalização e a melhoria das condições de segurança na via que está a servir o desvio temporário”, como “a reparação de danos provocados no pavimento pelas condições climatéricas” e “melhorias nos equipamentos de drenagem existentes no local”.

“Foram igualmente abordadas as questões relacionadas com o reforço do atual serviço público de transporte de passageiros, de modo a permitir minimizar os impactos desta intervenção”, acrescentou a IP que diz estar “empenhada em garantir o cumprimento dos prazos da empreitada”.

 

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