O presidente da Câmara de Santiago do Cacém (CMSC), Álvaro Beijinha, mostrou-se hoje otimista com a reposição do comboio de passageiros entre Ermidas-Sado e Sines e do comboio regional da Linha do Sul que liga o Barreiro à Funcheira.

“Tanto na primeira questão como na segunda tivemos abertura total da parte do Presidente do Conselho de Administração da Comboios de Portugal (CP), com a assunção de compromisso no sentido de que se irá trabalhar, e já se está a trabalhar, para que num prazo não muito longo, talvez dois anos, isto possa ser uma realidade”, afirmou.

Álvaro Beijinha integrou a delegação de autarcas do litoral alentejano que reuniu quarta-feira com o presidente do Conselho de Administração da CP, Nuno Freitas, no âmbito da Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral (CIMAL), em que as questões da ferrovia a nível regional estiveram no topo da agenda.

Neste âmbito, Álvaro Beijinha acrescentou que ficou acordado “assinar um protocolo de intenções entre a CIMAL e a CP que queremos que seja em breve, para ficar este compromisso que é importante perante as populações desta região” do litoral alentejano.

A Câmara Municipal de Santiago do Cacém, em conjunto com os restantes municípios do Litoral Alentejano, manifestou preocupação perante "a retoma da ideia de o traçado da linha férrea não passar por Ermidas-Sado, no âmbito do projeto do Corredor Ferroviário Internacional Sul, na ligação entre Sines e Grândola, de forma direta".

O projeto previa o atravessamento de "montados, dividindo as cidades de Santiago do Cacém e de Vila Nova de Santo André, passando junto ao Hospital do Litoral Alentejano e ao Badoca Safari Park o que seria uma barreira e um erro do ponto de vista urbanístico e ambiental", defendeu.

"Há mais de 30 anos que se perdeu o comboio de passageiros entre Ermidas-Sado e Sines. Hoje esta linha é apenas utilizada por comboios de mercadorias", vincou.

A outra questão, que vai ao encontro das necessidades da população é, segundo o autarca, “a reposição do comboio da Linha do Sul que ligava o Barreiro à Funcheira, que parava em Alvalade e que também diz respeito aos municípios vizinhos”.

Atualmente só existe a estação de Ermidas-Sado, no concelho de Santiago do Cacém, onde para o Intercidades e o Alfa Pendular.

Por isso, defende que é necessário que este compromisso “passe a ser uma realidade com a reposição destas duas valências importantíssimas para as nossas populações”.

Um dos fatores que justifica esta concretização é o “crescimento que temos tido na região, seja pela via do complexo Industrial e Portuário de Sines, seja pela via do turismo, seja pela via do crescimento nomeadamente da agricultura” que tem trazido muitas pessoas para trabalhar cá, e “aquelas que cá vivem, nomeadamente os jovens que, também, têm de se deslocar, por exemplo, para as universidades, para Lisboa ou para o Algarve, utilizam muito o comboio”.

Numa altura em que há uma grande preocupação com a descarbonização, “esta também é uma forma de contribuirmos para essa realidade, ou seja, cada vez utilizarmos menos o carro e passarmos a utilizar mais os transportes não poluentes”, concluiu.

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