O presidente da Câmara de Grândola, António Figueira Mendes, mostrou-se “satisfeito” com os resultados obtidos no Anuário Financeiro dos Municípios, atribuindo essa eficiência ao equilíbrio “das receitas e das despesas”.

“Sentimo-nos satisfeitos por esses dados, mas devo dizer que não embandeiramos em arco por essas razões. De facto temos tido algum cuidado em equilibrar as receitas e as despesas que é fundamental para garantir a capacidade de investimento em iniciativas a longo prazo sem comprometer a sustentabilidade”, referiu o autarca.

Segundo o Anuário Financeiro dos Municípios, divulgado na terça-feira, a Câmara de Grândola é um dos municípios pequenos com melhores resultados no global dos índices (1.687), seguido de Santana (1.622), na Madeira, e Óbidos (1.594), em Leiria.

Os ‘rankings’ do Anuário Financeiro foram elaborados com base na pontuação obtida pelos municípios em 10 indicadores, para um máximo de 1.900 pontos, relativos a eficiência e eficácia financeira, como a liquidez, o peso do passivo exigível no ativo, o passivo por habitante e os impostos diretos por habitante.

António Figueira Mendes (CDU) atribui estes resultados também às “receitas que têm sido arrecadadas nos últimos anos”, reconhecendo que “não serão permanentes” e que é necessário “equilibrar” as contas com prudência.

“Temos a consciência perfeita que, nos próximos anos, esta receita não se irá manter e portanto não estamos a esbanjar, estamos a equilibrar”, afirmou o autarca, acrescentando que para gerir “esta receita temos de ser prudentes”.

Segundo Figueira Mendes, estes recursos “vão permitir investir em áreas prioritárias”, como a “educação, habitação, cultura [e] infraestruturas, fomentando o desenvolvimento da comunidade, sem prejudicar a saúde financeira do município” de Grândola.

“Estamos a controlar a dívida e, neste momento, não temos dividas de médio longo prazo. Isso permite-nos reduzir os custos financeiros a longo prazo e evitar endividamentos excessivos”, frisou.

Questionado sobre a origem das receitas obtidas que contribuíram para a a “saúde financeira “ do município, António Figueira Mendes, apontou ao Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT).

“Deve-se sobretudo a toda esta situação que se viveu, nos últimos anos, em Grândola, no setor imobiliário, com alguma especulação imobiliária à mistura. Todos esses negócios já foram feitos do temos a perfeita consciência que essa receita nos próximos dois a três anos vai baixar”, afirmou.

Por isso, reforçou, a autarquia deve estar precavida “para não ter nenhum percalço no meio do percurso”.

O autarca de Grândola garantiu ainda que estes resultados refletem-se em vários investimentos, dando o exemplo da habitação.

“Além da candidatura ao PRR [Programa de Recuperação e Resiliência], esta folga financeira permitiu-nos comprar terrenos em Melides e Grândola para habitação a custos controlados. Prevemos ainda mais um conjunto de obras que iremos fazer que são fruto dessas receitas que temos arrecadado nos últimos dois anos”, disse.

 

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