As assembleias-gerais da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo (CCAM) da Costa Azul e de Alcácer e Montemor-o-Novo aprovaram, nos dias 30 e 31 de maio, um projeto de fusão que assenta na "melhoria dos serviços" e em "ganhos de eficiência".

De acordo com Rui Gomes, presidente da CCAM da Costa Azul, o modelo da fusão consiste na junção de “todo o balanço, ativos e passivos, património, obrigações e direitos” por incorporação da CCAM de Alcácer e Montemor-o-Novo na CCAM da Costa Azul.

“Tal como todos os seus clientes, associados, contas, depósitos, agências e instalações da caixa”, especificou.

Em declarações à rádio M24, o responsável adiantou que o processo ficará concluído após a “autorização do Banco de Portugal” e já mereceu o “parecer favorável” da Caixa Central do Crédito Agrícola Mútuo.

“Neste momento dependemos apenas da autorização do Banco de Portugal para formalizar a fusão. A partir do momento em que for formalizada a fusão, a CCAM da Costa Azul prossegue com a sua atividade, mas alargada aos concelhos de Alcácer [do Sal] e Montemor-o-Novo”, afirmou.

Instado a avançar com uma previsão para a conclusão do projeto, Rui Gomes, adiantou que “se trata de um processo burocrático” que se “iniciou em outubro” de 2022.

“Não podemos antecipar qual é o tempo que o Banco de Portugal irá ainda demorar a dar essa autorização. Diria que se conseguirmos fazer a escritura até outubro ficaria satisfeito, ou seja teria decorrido o período de um ano desde o início do processo, o que, por comparação com outras fusões que têm ocorrido, é um bom prazo”, observou.

Com esta fusão, a CCAM da Costa Azul passa a ter um total de 23 agências bancárias com a incorporação das seis agências da caixa de Alcácer do Sal e Montemor-o-Novo.

A fusão acarreta um encargo “de 12 milhões de euros resultante da condição por
esta assumida, de liquidação antecipada de um empréstimo subordinado de que a caixa de Alcácer e Montemor-o-Novo é mutuária, contratado para equilíbrio da sua estrutura de capital”, indicou.

“Montante este, do qual não necessitaremos no cenário pós fusão, razão pela qual o pretendemos liquidar”, acrescentou.

À rádio M24, o responsável afastou ainda a possibilidade de despedimentos ou encerramento de agências.

“Não vai haver encerramento de nenhuma das agências, não vai haver despedimentos dos colaboradores, nem da caixa incorporante, nem da caixa incorporada. Vamos engrandecer aquilo que é a Caixa da Costa Azul que passará a atuar num território mais vasto e contaremos com cerca de mais 30 colaboradores”, frisou.

Questionado sobre o processo de “concentração e redimensionamento das caixas agrícolas” do país, o presidente da CCAM da Costa Azul disse tratar-se de “um movimento inevitável”.

“As caixas têm de ganhar mais dimensão para assegurarem os seus níveis de competitividade nos rácios de eficiência que são indispensáveis”, referiu, acrescentando que “só com caixas de maior dimensão, mais robustas e mais sólidas, podemos também competir num ambiente bancário onde proliferam bancos de grande dimensão”.

Com esta operação a CCAM da Costa Azul “vai passar a ser a maior do país” e o seu ativo “irá ultrapassar os mil milhões de euros”, concluiu.

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