A Câmara de Santiago do Cacém, recebeu, segunda-feira, a sessão para apresentação dos resultados do estudo de avaliação do desempenho dos serviços de voz e de dados, ‘downloads’ e ‘uploads’, e da cobertura radioelétrica 2G, 3G, 4G e 5G, dos sistemas de comunicações móveis dos vários operadores, realizado, de 25 a 27 de maio, pela Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom).

As conclusões mostraram que ao nível da cobertura “42,7% dos valores registados são de qualidade inexistente, muito má e/ou má”. Relativamente às chamadas os resultados são “pouco satisfatórios” e o serviço de dados apresenta resultados de “qualidade média/baixa”, com “muitos testes não concluídos e baixas velocidades”.

Os piores desempenhos de voz e dados registaram-se na zona centro do concelho, nas Estradas Nacionais (EN) 261 e 120.

A apresentação do estudo contou com a presença do presidente da Câmara Municipal, Álvaro Beijinha, dos presidentes ou representantes de Juntas de Freguesia e de União das Freguesias do município, da vereadora Mónica Pires de Aguiar e do presidente da Anacom, João Cadete de Matos, acompanhado por técnicos desta entidade.

Para Álvaro Beijinha, o estudo “retratou o cenário vivido em grande parte do concelho em que a rede é má”.

"Por outro lado, os dados apresentados “vão permitir exigir junto do Governo a melhoria deste serviço que é público, embora esteja concessionado a diferentes empresas, através da realização de investimentos para que a qualidade da rede melhore significativamente”, adiantou o autarca, sublinhando que o acesso à Internet e comunicações móveis é, “nos dias de hoje, essencial.”

Relativamente ao anúncio do Governo sobre o lançamento de um concurso público internacional para a concretização da cobertura total em fibra ótica de praticamente todo o território nacional, o autarca considera que, “caso se concretize, significa que dentro de dois anos os problemas sentidos no município podem estar praticamente resolvidos.”

Deixou ainda uma “nota positiva” à Anacom pela realização deste estudo que foi assumido pela entidade após a realização de uma reunião no âmbito da Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral, e que se estendeu aos cinco municípios que a constituem.

Por sua vez, o presidente da Anacom, João Cadete de Matos, considerou que “os concelhos em que a assimetria é maior em termos de cobertura de fibra ótica”, como é o caso do de Santiago do Cacém, devem ser considerados pelo Governo "prioritários” no sentido de fazer chegar a rede “a todos os alojamentos em Portugal”.

O responsável defendeu que esta “é uma reivindicação que faz todo o sentido” e que os municípios nesta situação “devem manter”.

Reconhecendo que “o mercado não resolve este problema”, porque se guia pelo “retorno do investimento” realizado, o responsável da Anacom avançou que será realizado um estudo específico na zona das praias do concelho de Santiago do Cacém, para avaliar o desempenho dos serviços móveis e cobertura de rede.

O estudo da ANACOM baseou-se numa amostra de 2.776 chamadas de voz, 944 sessões de dados, 112.812 registos de sinal de rádio, tendo os técnicos percorrido mais de 650 km dentro do concelho de Santiago do Cacém.

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